9. Sessões do LM
O planejamento operacional e execução das sessões
Por
Marco Antonio Pereira Querol
Nesta
postagem trataremos da sequência e o conteúdo das sessões. Algumas das questões
a serem respondidas são: qual o tema de cada sessão? Que tarefas e estímulos
poderiam ser usados? Quais resultados gerais são esperados de cada uma? Tal
conteúdo já foi apresentado em outras publicações (Virkkunen & Newnham, 2013), porém aqui pretendo
reapresenta-lo de forma mais didática, adaptado as experiências próprias recentes
e ao contexto brasileiro.
1.
Ações
dentro e entre sessões
Antes
das sessões
Cada
sessão tem, em média, duas horas de duração. Períodos mais longos tendem a ser
cansativos e pouco produtivos, pois tanto os participantes quanto o pesquisador
precisam de tempo para refletir sobre o processo de aprendizagem. Além disso,
recomenda-se que o intervalo entre as sessões não ultrapasse uma semana, a fim
de evitar o desengajamento.
Recomenda-se
elaborar um plano minucioso, minuto a minuto, para uma ou duas sessões
seguintes. Esse plano deve indicar quais dados-espelho serão utilizados, quais
questões ou tarefas serão propostas e como se dará a dinâmica de sua execução. É
importante destacar que cada intervenção é única e pode exigir adaptações.
Desvios em relação ao planejamento são bastante prováveis. Ainda assim, é
essencial dispor de um plano detalhado para cada sessão.
É
interessante que as sessões sejam gravadas em vídeo e áudio e posteriormente
transcritas para fins de análise dos dados. Obviamente a gravação deve ser
discutida anteriormente, se possível na negociação e antes das sessões a fim de
ter um consentimento. É também recomendado que o intervencionista seja
acompanhado por um ou dois assistentes que ajudem a tomar notas, organização e
instalação do material e ajude com o equipamento de gravação. Se possível é
recomendável um assistente para realizar uma Ata, tomando notas e observações
dos acontecimentos e falas durante as sessões.
Durante
as sessões
As
sessões podem iniciar com a retomada do que foi realizado na sessão anterior. O
pesquisador pode solicitar que um dos participantes leia a ata da reunião ou
compartilhe o que se lembra das discussões e dos resultados alcançados. Em
seguida apresentar o que será tratado no dia, e iniciar com a primeira tarefa e
discussão.
Dentro
de cada sessão, o processo de aprendizagem segue o método da estimulação
dupla, que geralmente se organiza por meio de tarefas. Cada tarefa é
composta pelos seguintes elementos:
- Primeiro
estímulo –
normalmente um dado-espelho, como a apresentação de uma situação
problemática;
- Questão
ou tarefa
relacionada a esse dado-espelho;
- Segundo
estímulo – um
modelo ou conceito que auxilie os participantes na realização da tarefa
(podendo ser trazido ou produzido pelos próprios participantes);
- Discussão
em grupos menores,
dependendo do número de participantes;
- Registro
dos resultados
das discussões em documento ou papel;
- Apresentação
dos resultados
aos demais participantes, seguida de uma discussão geral.
Ao
final de cada sessão, o pesquisador pode propor tarefas a serem desenvolvidas
entre os encontros, como, por exemplo, solicitar que os participantes busquem
novos dados para utilização na reunião seguinte.
Após
as sessões
É
fundamental que o pesquisador intervencionista registre imediatamente após o
término da sessão o que foi realizado, falas ou acontecimentos relevantes,
resultados alcançados e demais aspectos considerados significativos. Além
disso, os pesquisadores intervencionistas (o grupo de planejamento
metodológico) devem se reunir após cada sessão — seja logo em seguida ou no
intervalo entre encontros — para discutir como ela transcorreu, identificar
desvios em relação ao planejamento e avaliar os resultados.
Sempre
que possível, recomenda-se que as sessões sejam transcritas. Com base nas
gravações, transcrições e anotações, os pesquisadores podem refletir sobre os
acontecimentos e planejar os próximos passos. Nesse processo, avaliam-se os
aprendizados ocorridos e definem-se os dados-espelho, tarefas e segundos
estímulos que poderão ser utilizados na sessão seguinte.
Como
já mencionado, é igualmente relevante constituir um grupo de planejamento
operacional formado por participantes. Esse grupo tem como finalidade refletir
sobre o que foi discutido e aprendido, indicar necessidades de ajustes (como
convidar novas pessoas ou lidar com conflitos não percebidos pelos
pesquisadores), fornecer feedback sobre os estímulos utilizados e contribuir
para o alinhamento das ideias da próxima sessão.
A
seguir, apresenta-se um modelo geral do conteúdo das sessões. As sugestões de
sequência e conteúdo das sessões apresentadas a seguir devem ser entendidas
como uma possibilidade, e não como um roteiro rígido. O fundamental é que os
participantes percorram o ciclo de aprendizagem expansiva, conduzindo, ao longo
das sessões, as ações de aprendizagem ilustradas na Figura 1. A trajetória das
sessões corresponde à sequência das ações do ciclo de aprendizagem expansiva
(Figura 1).
Figura 1: Ações de aprendizagem no ciclo de aprendizagem expansivo.
2.
A
sequência das sessões
2.1
Sessão de questionamento
A
primeira sessão tem como objetivos apresentar o método, estimular o
questionamento e promover o comprometimento com a mudança. Essa sessão é
chamada de questionamento pois a ideia central é questionar se existem
problemas e se é preciso mudar.
Caso
não tenha ocorrido previamente a sessão de capacitação, inicia-se com uma breve
apresentação do método, de seus princípios e do ciclo de ações que os
participantes irão percorrer, além da definição coletiva das datas das próximas
reuniões.
Em
seguida, apresentam-se dados-espelho sobre problemas recorrentes na atividade.
O pesquisador pode questionar se esses dados refletem de fato as dificuldades
enfrentadas e, a partir disso, estimular uma discussão sobre quais problemas
são vivenciados no trabalho. Tais informações costumam ser sistematizadas em
esquemas e listas, posteriormente categorizadas.
Como
um dos objetivos centrais é fomentar o comprometimento com a mudança, o
pesquisador deve reservar tempo para discutir duas questões fundamentais: “Precisamos
mudar?” e “Queremos mudar?”. O comprometimento explícito e público
dos participantes com a mudança é considerado essencial para o comprometimento
com a mudança.
2.2
Sessões de análise
As
sessões de análise podem ser divididas em duas etapas: análise histórica e
análise empírica do presente. Em geral, essas análises se estendem por três ou
quatro sessões, embora o número exato dependa de cada caso específico.
Surge,
então, a questão: com qual delas começar? Ambas apresentam vantagens e
desvantagens. A análise do presente costuma ser mais motivadora e relevante
para os participantes. No entanto, uma leitura do sistema atual e de seus
distúrbios tende a permanecer superficial sem o suporte de uma análise
histórica que permita compreender as raízes e o porquê das manifestações
observadas.
Por
esse motivo, a recomendação é iniciar pela análise histórica e, em seguida,
avançar para a análise do presente.
2.2.1
Análise histórica
A
análise histórica começa com o levantamento de informações que retratem como
era a atividade no passado e quais foram os eventos mais relevantes em sua
trajetória. Um recurso útil é a construção de uma linha do tempo, que funciona
como estímulo para identificar e organizar esses acontecimentos.
O
ideal é que os dados sejam coletados a partir da memória dos participantes,
estimulada pelo uso de fotos, documentos, vídeos ou slides com depoimentos. Uma
atividade prática pode ser pedir que os participantes indiquem os principais
eventos históricos e os posicionem na linha do tempo, dando atenção especial ao
objeto e ao propósito da atividade.
Algumas
perguntas que podem guiar a reflexão são:
- Como
eram os produtos e serviços antes?
- O
que mudou?
- Por
que mudou?
- Como
mudou?
- Quais
foram as consequências dessas mudanças para o nosso trabalho?
Depois
de identificados, os eventos podem ser interpretados de acordo com os elementos
do sistema aos quais se relacionam. Por exemplo: se uma nova lei exigiu a
aquisição de equipamentos, a mudança se refere tanto às regras quanto às
ferramentas utilizadas.
Entre
as mudanças, recomenda-se atenção especial ao objeto da atividade. Esse objeto
pode ser analisado a partir de três dimensões:
- O
alvo das ações a serem transformadas (matéria-prima ou situação-problema).
- O
resultado esperado da atividade, ou seja, o produto ou serviço final.
- A
necessidade social que se buscava atender.
O
foco no objeto é fundamental porque, em geral, a maioria das contradições do
sistema surge de mudanças assincrônicas entre o objeto e os demais elementos.
Na prática, o objeto costuma se transformar, enquanto os outros elementos
permanecem inalterados, gerando contradições secundárias.
Durante
a sessão, peça aos participantes que explorem porque ocorreram determinadas
transformações e quais foram as consequências dessas mudanças tanto no objeto
quanto nos demais elementos do sistema. A investigação das razões pode levar à
formulação de hipóteses sobre contradições primárias.
Também
é útil solicitar que identifiquem forças internas, tendências opostas entre os
elementos e possíveis incompatibilidades geradas pelas mudanças. Uma pergunta
norteadora pode ser: essas transformações produziram incompatibilidades
entre os elementos do sistema? Tais incompatibilidades podem ser
interpretadas como contradições secundárias.
Embora
demande tempo, a análise histórica é fundamental. Ela ajuda a compreender por
que o sistema funciona da maneira atual e como surgiram os problemas. Esse
entendimento aprofunda a identificação das causas e, consequentemente,
possibilita alcançar soluções mais consistentes na fase de modelagem. Aprender
a sua história e as contradições, já é um aprendizado relevante do LM.
Sempre
que possível, sistematize as contradições durante a própria sessão ou, se
necessário, ao longo de encontros subsequentes, incentivando a discussão
coletiva. Ter uma visão clara das contradições que precisam ser enfrentadas é
fundamental para modelar o sistema de atividade futuro.
2.2.2.
Análise
empírica atual
A
análise do presente tem como objetivo compreender o sistema de atividade atual,
o objeto em foco e enriquecer as hipóteses sobre possíveis contradições. Muitas
vezes, os profissionais não possuem uma visão completa do objeto e do propósito
de sua atividade, das ações que a compõem, do que seus colegas fazem ou mesmo
das regras e instrumentos mais relevantes.
Para
explorar o sistema atual, o pesquisador intervencionista pode apresentar dados
espelho que reflitam seus elementos ou, alternativamente, pedir aos
participantes que listem e analisem esses elementos diretamente, utilizando o
modelo do sistema de atividade como segundo estímulo.
Um
dos pontos mais desafiadores costuma ser a definição do objeto, o que pode
exigir tempo e aprofundamento. Como mencionado, o objeto se refere a três
dimensões: o alvo da transformação (matéria-prima ou situação-problema
inicial); o resultado desejado da atividade (produto ou serviço final); a
necessidade social que se busca atender.
Quando
os participantes não têm um conhecimento completo de sua própria atividade,
pode ser útil recorrer a segundos estímulos como fluxogramas de processos,
organogramas da estrutura organizacional ou representações espaciais, como
mapas. Esses modelos e representações podem, posteriormente, servir como
primeiro estímulo, permitindo que os participantes desenvolvam uma
interpretação teórica de seu sistema de atividade atual.
A
análise de distúrbios visa enriquecer a hipótese de contradições criadas na
análise histórica. Para tanto, pode-se dar uma tarefa de analisar casos
problemáticos. O pesquisador pode apresentar vídeos de entrevistas, o diário de
distúrbios, ou exemplos de situações em que os trabalhadores não conseguiram
alcançar os resultados desejados.
Quando
possível, é recomendável realizar visitas ao local da atividade ou ao espaço
onde os problemas se manifestam. Por exemplo, se a questão em análise for a
poluição de um rio, pode-se organizar uma caminhada ao redor da área afetada.
Mais recentemente, também tem sido testado o uso da dramatização como primeiro
estímulo, com resultados bastante positivos.
Na
análise dos dados-espelho, os participantes podem utilizar o conceito de
distúrbio como ferramenta analítica (segundo estímulo). O distúrbio é entendido
como um evento indesejado, resultante de contradições secundárias. A tarefa
consiste em reconstruir a sequência de acontecimentos que levaram ao distúrbio
e identificar quais elementos do sistema estiveram envolvidos, explorando as
tensões ou incompatibilidades entre eles — ou ainda entre diferentes sistemas
de atividade — que deram origem ao problema.
2.3 Modelagem
de uma nova solução
A
modelagem das soluções parte da interpretação das contradições que existem
dentro e entre os elementos do sistema de atividade. É fundamental rastrear a
origem histórica dessas contradições: o que mudou no sistema e gerou
incompatibilidades, e o que precisa mudar para que elas sejam superadas.
Por
exemplo, pode acontecer de a atividade entrar em crise, exigindo a construção
de um novo objeto (como um tomate de maior qualidade). Em outros casos, a
necessidade relacionada ao objeto pode ter se transformado (como o surgimento
do problema da mosca branca), o que demanda uma nova forma de organização da
comunidade, além de instrumentos que favoreçam a visualização, a comunicação e
a cooperação entre os indivíduos. Assim, são as contradições históricas que
orientam a modelagem das soluções.
Uma
vez claras as contradições, é hora de coletar ideias e sugestões. Para isso, o
pesquisador intervencionista pode solicitar que os participantes tragam
dados-espelho, ou ele mesmo pode apresentar referências, inovações e boas
práticas da própria atividade ou de outras que tenham enfrentado contradições
semelhantes. Outra possibilidade é convidar especialistas para compartilhar
alternativas.
Nessa
fase, pode-se recorrer a segundos estímulos, como o conceito de Zona de
Desenvolvimento Proximal (ZPD), que aponta para as possibilidades futuras de
evolução da atividade. Os participantes podem, então, posicionar as ideias nos
diferentes quadrantes e discutir quais delas têm maior potencial de resolver as
contradições identificadas.
Em
um segundo momento, com base nas ideias identificadas no quadrante da ZDP com
potencial para resolver as contradições, os participantes são convidados a
modelar um novo sistema de atividade, incorporando essas ideias e analisando
cada um de seus elementos.
No
terceiro momento, o foco é detalhar as ações e os instrumentos necessários para
viabilizar esse novo modelo. Como segundo estímulo, pode-se utilizar, por
exemplo, uma planilha que organize as tarefas a serem realizadas, indicando
quem deve executá-las, em que momento, de que forma e em qual contexto.
2.4
Examinando o novo modelo
O
exame ou teste do novo modelo consiste em um exercício mental no qual se avalia
o que pode funcionar bem e o que pode falhar durante sua implementação. Nessa
etapa, os participantes são convidados a analisar criticamente o modelo
construído, identificando possíveis obstáculos, riscos e dificuldades práticas
que possam surgir.
Um
ponto central da análise é o choque com o modelo anterior, já que a transição
entre o velho e o novo costuma ser uma das principais fontes de resistência e
contradições. A partir dessa reflexão, o sistema pode ser remodelado,
incorporando ajustes para reduzir riscos e aumentar a viabilidade de
implementação.
Esse
exame não precisa se restringir apenas ao grupo que participou do Laboratório
de Mudança. Outras pessoas podem ser envolvidas para oferecer visões críticas,
levantar preocupações adicionais e sugerir melhorias. O objetivo é antecipar
desafios e refinar o modelo, de modo a preparar o terreno para mudanças mais
consistentes e sustentáveis.
2.5
Implantando o novo modelo
A
implementação é a fase em que as soluções passam do plano para a prática — o
momento de “colocar a mão na massa”. Trata-se de uma etapa crítica, pois
depende fortemente da agência e do comprometimento dos participantes.
O
pesquisador pode convidar alguns participantes a se voluntariarem como
responsáveis diretos pela implementação das soluções. Para tornar o processo
mais viável, as soluções podem ser desdobradas em subtarefas específicas. A
partir disso, podem ser formados grupos de força-tarefa, cada um encarregado de
executar determinadas ações e de trazer feedback em sessões futuras do
Laboratório de Mudança.
O
estabelecimento dessas forças-tarefa pode ser formalizado por meio de acordos
claros sobre responsabilidades, prazos e formas de acompanhamento. É importante
manter um canal de comunicação aberto com os pesquisadores para que, caso
surjam desafios, possam ser acionadas ações de apoio mais imediatas.
Durante
esse período, a equipe intervencionista coleta materiais-espelho sobre as
experiências de implementação das soluções. O objetivo é apresentar esse
material em uma sessão de seguimento para que os participantes avaliem o novo
modelo, bem como as ferramentas utilizadas e os aprendizados gerados nesse
processo. Esse material serve de base para refletir sobre o que funcionou, os
distúrbios que eventualmente surgiram e as necessidades de redesenho do novo
modelo de sistema de atividade.
2.6
Avaliando e consolidando o novo modelo
A
avaliação ocorre durante as sessões de seguimento — geralmente duas ou três —
nas quais os participantes analisam as soluções implementadas e o novo modelo
em prática. Nessa etapa, o grupo identifica e discute os distúrbios ou
perturbações que surgiram ao longo da implementação.
Para
apoiar a análise, o pesquisador pode apresentar dados-espelho obtidos em
entrevistas com as equipes de força-tarefa responsáveis pela execução das
soluções. Além disso, pode-se solicitar que os participantes listem as
dificuldades encontradas e, como segundo estímulo, utilizar o modelo de sistema
de atividade anteriormente criado por eles. A partir desse exercício, os
participantes devem identificar necessidades de ajuste e propor eventuais
redesenhos no modelo.
A
consolidação, por sua vez, envolve a participação de uma comunidade ampliada,
incluindo os tomadores de decisão estratégica. Nesse momento, as inovações
criadas são analisadas em relação a sua viabilidade e potencial de disseminação.
Recomenda-se que tanto os dados-espelho quanto as inovações desenvolvidas sejam
apresentados pelas próprias equipes das forças-tarefa responsáveis por sua
implementação, de modo a valorizar o protagonismo dos trabalhadores e conferir
legitimidade ao processo.
Em
seguida, solicita-se aos tomadores de decisões estratégicas que avaliem a
viabilidade das propostas. Caso sejam consideradas pertinentes, espera-se que
se construa coletivamente um plano de ação que contemple não apenas a
disseminação das inovações, mas também o apoio necessário para sua difusäo.
Esse movimento busca garantir que as mudanças não se restrinjam ao espaço
experimental da intervenção, mas se traduzam em práticas sustentáveis,
permitindo a consolidação e difusão do novo modelo.
Um
exemplo de sequência de sessões
Abaixo
apresento um exemplo de sequência de sessões de uma intervenção conduzida na Finlândia
por minha colega Irene Vänninen na atividade de Gestão de Riscos à Saúde das
Plantas. O contexto foi a mudanças ambientais e no comércio que aumentaram os
riscos de novas pragas e por outro lado, na legislação do país que reduziu a
forma de compensação financeira advindo de infestações de pragas, o que
colocava mais riscos e responsabilidades aos produtores. Nesse contexto, foi implementado
um LM visando criar um novo modelo de sistema de gestão de riscos. O quadro
abaixo mostra a sequência de sessões, assim como, as tarefas, os objetivos, os
dados espelhos usados, segundos estímulos.
Fase |
Movimentos de aprendizagem
conduzidos pelos participantes |
Tarefas
da sessão |
Instrumentos
para promover a aprendizagem |
O
que foi aprendido? |
Sessão 1 4.09.2015 |
· Indagação/ · Análise/ · Modelagem |
· Explicando LM. · Perguntando / discutindo: -
Expectativas -
O que é
PHRM |
· Ciclo de ações expansivas · Banco de ideias · Representação da rede de stakeholders · Lista de expectativas · Triângulo do sistema de atividade |
· Para conhecer uns aos outros e expectativas · Quais princípios devem ser seguidos no novo PHRM
(equidade, responsabilidade compartilhada, comunicação aberta) · Um entendimento compartilhado do que é PHRM. · Descrever quem está
envolvido na rede de gerenciamento de riscos fitossanitários |
Trabalho de casa 1-2 |
· Análise e compromisso |
· Pedir para refletir e discutir em grupos o papel dos
participantes no problema |
· Modelo representacional de quatro campos (quanto eu
contribuo; quanto posso influenciar na solução do problema) |
· Refletir se eles próprios contribuem para o problema |
Sessão 2 2.10.2015 |
· Análise das manifestações de contradições e mudanças
históricas na atividade do PHRM |
· Discussão em grupo sobre a manifestação de contradições e
o que mudou em sua atividade |
· Modelos de sistemas de atividade |
· Para entender como e por que o estado atual do PHRM foi
alcançado. |
Sessão 3 9.10.2015 |
· Análise da estrutura atual e da atividade do PHRM e suas
contradições |
· Apresentar artefatos e pedir para discutir hipóteses sobre
o que deve ser feito para alinhar o objeto de nível de rede com o novo
conceito de PHRM fornecido pela legislação nacional e da UE |
· Sistema de atividades com contradições · Uma linha do tempo histórica com eventos críticos · Gráfico sobre as fases de desenvolvimento do PHRM como um
conceito ao longo do tempo. |
· Um entendimento compartilhado sobre as fases de
desenvolvimento do PHRM e sobre a necessidade de criar um novo objeto de
nível de rede. |
Sessão 4 23.10.2015 |
· Análise cont.: Finalizando a identificação de contradições
dentro e entre os sistemas de atividade. · Criando o novo modelo para a atividade |
· Discutindo a recente introdução do besouro · Complementando hipóteses sobre contradições · Trabalhando em gráficos do sistema de atividades anexados
a uma parede · Votação · Discutindo soluções · Obtendo feedback sobre o ciclo de vida do objeto |
· Modelo de sistemas de atividade com contradições · Gráfico que descreve o fluxo de plantas que se deslocam de
sua origem para os usuários finais |
Compreensão compartilhada das
contradições e necessidades de desenvolvimento nas atividades da rede |
Sessão 5 5.11.2015 |
· Modelar o novo conceito de atividade · Concretizar o novo modelo de atuação |
· Selecionando as principais contradições a serem resolvidas · Escolhendo os sistemas de atividade que participam do
piloto |
· · Modelo de sistema de atividade ideal da Cadeia Verde
Virtual · SWOT do novo conceito de atividade a ser preenchido como
lição de casa · ZPD – versão provisória apresentada |
Cristalização de uma célula germinativa do conceito de
PHRM de nível de rede como dados brutos |
Sessão 6 21.12.2015 |
· Testando o novo conceito de atividade · Detalhar o conteúdo do conceito e organizar sua
implementação |
· Verificar e discutir a análise SWOT do conceito. · Detalhamento dos conteúdos da plataforma de aprendizagem
Virtual Green Chain. Planejando seus primeiros passos na prática. · Modelo elaborado pelos facilitadores: ZPD – Zona de Desenvolvimento Proximal |
· Resumo feito pelo facilitador · Plano de ação · Um modelo de Zona de Desenvolvimento Proximal · O modelo de sistemas de atividade da Cadeia Verde Virtual |
· Detalhou o novo conceito de Cadeia Verde Virtual, seus
princípios e as principais ações para começar a trabalhar de acordo com o
novo modelo de atividade. · Decisão de preparar um pedido ao Ministério da Agricultura
e Florestas para obter financiamento para a criação da plataforma de
colaboração Virtual Green Chain. |
Referências
Virkkunen, J., & Newnham, D.
(2013). The change laboratory: A tool for collaborative
development of work and education. Springer Science & Business
Media.
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